06 novembro 2007

# 184 - Ruínas

Novembro2007
Ruínas
Se é sempre Outono o rir das Primaveras,
Castelos, um a um, deixa-os cair...
Que a vida é um constante derruir
De palácios do Reino das Quimeras!
E deixa sobre as ruínas crescer heras,
Deixa-as beijar as pedras e florir!
Que a vida é um contínuo destruir
De palácios do Reino das Quimeras!
Deixa tombar meus rútilos castelos!
Tenho ainda mais sonhos para erguê-los
Mais alto do que as águias pelo ar!
Sonhos que tombam! Derrocada louca!
São como os beijos duma linda boca!
Sonhos!... Deixa-os tombar...
Deixa-os tombar.
Florbela Espanca

1 comentário:

Meca disse...

"(...)Que a vida é um contínuo destruir
De palácios do Reino das Quimeras!(...)"

Belo poema que continua sempre tão actual.

Goreti